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Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim à vida. (Paulo Freire, 1993)

segunda-feira, junho 13, 2011

CIÊNCIAS SOCIAIS CALENDÁRIO DE PROVAS

SOS Orquestra Sinfônica Brasileira


       Matéria indicada pelo Daniel , do curso de História.
      Está havendo uma crise na Orquestra Sinfônica Brasileira já faz algum tempo, onde 32 músicos foram demitidos injustamente simplesmente por capricho de seu maestro,desde então tem se arrastado uma novela épica, onde depois de demitidos os músicos fizeram protesto. A O.S.B. abriu editais para preencher as 32 vagas, em Londres, Nova york e RIO, ou seja, de brasileira essa orquestra só quer manter o nome.

Federação Internacional dos Músicos pede boicote à OSB

Músico durante concerto protesto pelas demissões da OSBA Federação Internacional dos Músicos divulgou ontem um comunicado aos associados pedindo boicote mundial às audições que a OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) fará neste mês em Londres, em Nova York e no Rio.
A orquestra pretende contratar instrumentistas para preencher as vagas deixadas pelos 36 funcionários demitidos e para outras 13 posições que já estavam em aberto.
O comunicado adverte que os músicos que participarem das audições poderão tomar o lugar de colegas "demitidos incorretamente".
O texto também convoca todos os sindicatos ligados à federação a ajudarem o Sindicato dos Músicos do Rio na divulgação deste pedido.
As vagas são para violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, oboé, piano, clarineta, fagote, trompa, trompete e trombone.
Procurada pela Folha, a direção da OSB informou apenas que já está entrando em contato com a Federação Internacional dos Músicos.
No sábado, em mais um capítulo da batalha, 36 músicos demitidos fizeram um concerto de protesto na Escola de Música da UFRJ, no Rio.
Vestindo camisetas com a inscrição "SOS Orquestra Sinfônica Brasileira", os músicos foram regidos pelo maestro Osvaldo Colarusso e tocaram para um público de 600 pessoas, acompanhados pela solista Cristina Ortiz, que se recusou a tocar com a orquestra oficial em abril.
Em 26 de abril, a Fundação OSB deu por encerrada a negociação com os instrumentistas demitidos, depois que eles não responderam à proposta do conselho da orquestra de reintegrá-los mediante a uma avaliação de desempenho com regras mais brandas. Eles não abrem mão da exigência de afastamento do maestro Roberto Minczuk.
No evento de sábado, os músicos admitiram pela primeira vez a possibilidade de criar uma orquestra dissidente.

Folha.com

Músicos demitidos da OSB fazem concerto-protesto no Rio

Trinta e seis dos 44 músicos demitidos da OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) por discordarem de exigências feitos pelo maestro Roberto Minczuk promoveram um concerto.
O evento, prestigiado por cerca de 600 pessoas, ocorreu na Escola de Música da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Os demitidos se reuniram com outros músicos e fizeram ensaios na própria escola, usando instrumentos e partituras da Orquestra Petrobras Sinfônica.
Todos os músicos vestiam camisetas onde se lia "SOS Orquestra Sinfônica Brasileira".
Antes do início da apresentação, o diretor da Escola de Música, André Cardoso, fez um discurso em que prestou solidariedade aos músicos demitidos. "A verdadeira Orquestra Sinfônica Brasileira está aqui", declarou.
A solista Cristina Ortiz, que deixou de participar de um concerto da composição oficial da OSB para acompanhar os músicos demitidos, apresentou-se também vestida com a camiseta símbolo do protesto.
"Sou amiga do maestro [Minczuk], mas acho que ele agiu totalmente errado. Não tive oportunidade de falar com ele sobre isso e agora estou 'pichada'", disse.
O ex-presidente da Comissão dos Músicos da OSB, Luzer Machtyngier, vislumbrou duas saídas para a situação. "Se todas as penalidades impostas aos músicos fossem retiradas, eles voltariam", disse. "A outra hipótese, que depende de patrocínio e por enquanto é um sonho, é criar outra orquestra", cogitou.

quarta-feira, junho 08, 2011

CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Caros/as colegas,
Vale a pena ler e divulgar a carta abaixo.
Saudações
Célia


CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Povo Fluminense,
Os Bombeiros do Rio de Janeiro, profissionais trabalhadores, ordeiros e competentes, em respeito à população que sempre defenderam, por vezes com o sacrifício da própria vida, vem a público esclarecer o que tem ocorrido na Corporação e no Governo do Estado e o que levou companheiros e seus familiares a desafiarem os desmandos do Comandante Geral Cel Pedro Marco e do Governador Sérgio Cabral.
Como sabemos, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro é uma corporação voltada para a preservação de vidas e proteção de Bens da população do Estado do Rio de Janeiro.
Ao longo da sua existência, o CBMERJ sempre se pautou pela hierarquia e disciplina e também pela credibilidade de seus serviços, estando ao lado da população Fluminense em todas as suas aflições e enfrentando com bravura as calamidades naturais que atingem o Estado. São inúmeras as vidas salvas e os bens preservados pelos profissionais do Corpo de Bombeiros, que a população chama carinhosamente de Heróis. Ao nos formarmos, juramos defender a população com o Sacrifício da nossa própria vida e assim temos feito ao longo desses 155 anos de existência.
A Corporação recolhe cadáveres, combate os mosquitos da dengue, atua nas UPAS, guarnece o sambódromo no carnaval e atua no Rock in Rio (sem remuneração extra, embora o evento seja cobrado ao público), além de exercer as suas funções de salvamentos e combate à incêndio, recebendo um dos PIORES SALÁRIOS pagos pela categoria no Brasil (tabela ao Final).
O reequipamento da Corporação não é mérito do Governador, mas sim da população do Estado do Rio de Janeiro que paga a taxa de incêndio e que, ainda assim, não sabe que os recursos não são totalmente destinados à Corporação.
A Ira do Sr. Sérgio Cabral, com os Bombeiros, vem de 2009, quando foi vaiado pela Corporação durante o lançamento da Campanha “Cultura Antidengue” no ginásio do Maracanãzinho e desde então tem discriminado os Bombeiros militares, sejam nas gratificações (usando seu poder de discricionariedade) seja nas condições de trabalho (vocês viram alguma homenagem aos heróis que morreram na calamidade da Região Serrana?)
Agora, a população do Estado do Rio de Janeiro, assiste a sua Corporação de heróis ser aviltada e achincalhada pelas atitudes ditatoriais do Governador Sérgio Cabral que culminou com os manifestantes adentrando o Quartel Central da Corporação, no ultimo dia 03, para serem ouvidos pelo seu Comandante Geral, que omisso, serviu de “pau mandado” do governador Sérgio Cabral e ignorou os clamores de sua Tropa, nem comparecendo ao local.
O Governador Sérgio Cabral, adotando os melhores recursos da DITADURA, mandou o BOPE invadir com tiros e bombas o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, ferindo militares honestos, mulheres e crianças indefesas. Atitude inadmissível em um Estado democrático de Direito!
Porque o Comandante Geral do CBMERJ, Cel Pedro Marco, não tomou as medidas necessárias para a retirada de seus militares do pátio do Quartel Central? Estavam todos desarmados e com seus familiares. Não era necessário o uso da força e sim do diálogo. Os Bombeiros são pacíficos por natureza.
O Governador nunca gostou da Corporação. Nomeou para Secretário o Ex médico do CBMERJ Sérgio Côrtes, um homem que deixou a Corporação por não concordar com os baixos salários e a carga de trabalho excessiva e agora nada faz para ajudar a Corporação, apenas integra os desmandos administrativos e superfaturados do Governo do Estado na área da saúde.
Assistimos perplexos ao Comandante Geral da PMERJ usurpar o Comando do CBMERJ e se dirigir, dentro do quartel dos Bombeiros, à tropa de profissionais honestos como se bandidos fossem.
Nossos militares foram presos e conduzidos aos quartéis da PMERJ como criminosos apenas por reivindicar dignidade profissional!
Se nossos companheiros erraram ao ADENTRAR a SUA SEGUNDA MORADA, o Governador foi CRIMINOSO e DITATORIAL ao ordenar a invasão do Quartel Central dos Bombeiros pelo BOPE com uso de FORÇA, TIROS E BOMBAS, como se ali fosse uma antro de criminosos e não de profissionais que arriscam a sua vida pela população, CAUSANDO FERIMENTO EM MULHERES E CRIANÇAS e obrigando a nossos companheiros ao confronto.

AJUDEM AQUELES QUE SEMPRE O SOCORRERAM!!!
NUNCA DEIXAMOS DE ATENDER E SOCORRER A POPULAÇÃO!
MOSTRE A SUA INDIGNAÇÃO POR ESSE ATO VIOLENTO E DITATORIAL DO GOVERNADOR SERGIO CABRAL!!!
MOSTRE O SEU APOIO AOS BOMBEIROS!
ENVIEM  ESSA  CARTA  PARA TODOS OS SEUS AMIGOS.
ACOMPANHEM E APOIEM O NOSSO MOVIMENTO PELO SITE http://www.sosguardavidas.com/ 

SALÁRIOS BRUTOS NO BRASIL:
01º - Brasília - R$ 4.129.73
02º - Sergipe – R$ 3.012.00
03º - Goiás – R$ 2.722.00
04º - Mato Grosso do Sul – R$ 2.176.00
05º – São Paulo – R$ 2.170.00
06º – Paraná – R$ 2.128,00 1
07º - Amapá – R$ 2.070.00
08º – Minas Gerais - R$ 2.041.00
09º - Maranhão– R$ 2.037.39
10º – Bahia – inicial - R$ 1.927.00
11º - Alagoas - R$ 1.818.56
12º - Rio Grande do Norte – R$ 1.815.00
13º - Espírito Santo – R$ 1.801.14
14º - Mato Grosso – R$ 1.779.00
15º - Santa Catarina – R$ 1.600.00
16º - Tocantins – R$ 1.572.00
17º - Amazonas – R$ 1.546.00
18º - Ceará – R$ 1.529,00
19º - Roraima – R$ 1.526.91
20º - Piauí – R$ 1.372.00
21º - Pernambuco – R$ 1.331.00
22º - Acre – R$ 1.299.81
23º - Paraíba – R$ 1.297.88
24º - Rondônia – R$ 1.251.00
25º - Pará – R$ 1.215,00
26º - Rio Grande do Sul – R$ 1.172.00
27º - Rio de Janeiro - R$ 1.031,38 (SEM VALE TRANSPORTE)


O RIO DE JANEIRO é o Estado que mais recebe investimentos no Brasil, é o 2º que mais arrecada impostos. Pretende Sediar o Rock in Rio, as Olimpíadas militares, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

segunda-feira, junho 06, 2011

Choque de ordem contra a cultura popular

Matéria da Revista Brasil de Fato, indicado pelo Diego, 2° período de Ciências Sociais.


Prefeitura do Rio de Janeiro fortalece o controle sobre as manifestações populares
   
09/11/2011
Ana Lucia Vaz
do Rio de Janeiro (RJ)

       Para fazer um espetáculo teatral gratuito em praça pública, no Rio de Janeiro (RJ), o artista precisa dar entrada num pedido de “nada a opor”, na Secretaria Municipal de Ordem Pública, com 30 dias de antecedência. Já os blocos de carnaval de rua tiveram até o dia 24 de setembro deste ano para pedir a “autorização” da Prefeitura para desfilar no feriado de 2011. É o choque de ordem na cultura popular carioca.
      Atores e coordenadores de blocos afirmam que as normas da Prefeitura são inconstitucionais. “Não é concebível que o prefeito [Eduardo Paes (PMDB)] diga quem pode e quem não pode fazer cultura de graça, na rua, para o povo!”, protesta Luis Otávio Almeida, coordenador do Cordão do Boi Tolo e membro da Desliga de Blocos. No dia 19 de setembro, a Desliga promoveu sua segunda Bloqueata, um carnaval-protesto contra o decreto municipal.
     Pouco antes, no dia 23 de agosto, os artistas de teatro e circo de rua fizeram manifestação artística na Cinelândia, também em nome da liberdade de expressão. No manifesto, os artistas protestavam contra “a injustiça que a Prefeitura do Rio vem cometendo [...], proibindo os espetáculos de Teatro de Rua e Circo, gratuitos, nas praças públicas”.
    A prática dos artistas de rua sempre foi informar à região administrativa onde o evento aconteceria. Também os blocos avisam à região administrativa e à polícia. Em 2009, a Prefeitura decretou que os blocos devem aguardar sua “autorização”. Já os artistas teatrais dependem da Secretaria de Ordem Pública.
    Segundo o artigo 5º da Constituição brasileira, “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença”. Como, então, uma prefeitura pode autorizar ou proibir tais manifestações?
    Sobre o carnaval, o prefeito decretou: “Os representantes das bandas e blocos carnavalescos deverão protocolar os pedidos de autorização”. Os documentos exigidos vão do CPF do responsável pelo bloco à comprovação de que já informaram diversas instâncias do governo. O decreto ainda ameaça: “O não cumprimento das normas [...] implicará no indeferimento do pedido para o carnaval do ano subseqüente”.
Se resolver desfilar sem autorização, o que acontece? O Cordão do Boi Tolo já ignorou o decreto de 2009. Aliás, problema com a polícia, no carnaval, não é exatamente uma novidade. É quase uma brincadeira. Jorge Sapia, coordenador do bloco “Meu Bem Volto Já”, aposta que não tem como proibir os blocos que não se registrarem. “A lógica do carnaval é exatamente driblar a lógica oficial. O movimento de gato e rato com a polícia”, afirma.
      Difícil reprimir um bloco. Mas, segundo Luis Otávio, acontecem repressões pontuais, a pequenos grupos, dependendo da decisão dos policiais de plantão.
      A situação do teatro de rua é semelhante. Depende da sorte. Muitas vezes, mesmo considerando inconstitucional, o grupo obedece à exigência da Prefeitura porque “é muito desagradável você chegar na praça e a polícia não te deixar trabalhar”, explica Richard Riguetti, um dos articuladores da Rede Brasileira de Teatro de Rua.
      Ele pretende registrar denúncia contra a Prefeitura no Ministério Público, por impedir a apresentação de seu grupo, o Off-Sina, em Campo Grande. O espetáculo “Nego Beijo” foi reprimido por “15 homens do choque de ordem”, apesar de ter autorização da Secretaria Municipal de Cultura e o “nada a opor” da Sub-Prefeitura de Campo Grande.

quarta-feira, maio 25, 2011

Sobre Pensamentos- Camila Rodrigues 2° período

      Fiquei pensando em pensamentos. Como podem ser tão diferentes, dinâmicos. Coisa doida pensar nisso. Pensar em pensamentos. Mas eu pensei. Eu pensei principalmente em como existem pessoas com preguiça de pensar, mais pensar de verdade, pensar  com   uma chance de ação após o pensamento. Pensar em um pensamento que dê frutos.
     O cotidiano nos envolve, protege e apavora. A rotina é horripilante, porém ficar sem ela também dá calafrio. Imagine uma manhã sem o rotineiro sol, sem o rotineiro café da manhã e sem o rotineiro beijo de tchau a quem vai trabalhar. Uma manhã sem dia. O véu do dia-a-dia encobre as práticas constantes. A rotina é o hábito e  que bom que ela existe. Será também aconchegante rotinizar o pensamento?
     O racionamento do pensamento passa pela racionalização. Pra quê pensar, pra quê fazer e sendo assim, então pra quê viver? Será que apenas existir é o suficiente?
     Dar, receber, emprestar. Se lhe dou um pensamento, será que ele ainda será meu? Se receber um pensamento, será que é  somente seu? E então se o compartilha é de ambos ou de todos?
     A vida é mesmo doida amor. Como diria o poeta se ‘’a vida vem em ondas’’, porque não aproveitar? Mais o mar apavora, assim como a rotina e assim como os pensamentos insistentes. Recorre então ao divã da consciência,  mas onde ele fica?
Chega de dúvidas! O importante  mesmo é conviver, conseguir, convencer  e controlar. O pensamento domina. Te domina, nos domina. Ele te devora, mas pensando um pouco ‘’te devoraria a qualquer preço, porque te ignoro, te conheço, quando chove ou quando faz frio’’.
     Frutas bonitas, frutos duráveis. Frutas doces e frutos felizes. O fruto sucede a flor. A flor do pensamento. Que desabrocha lindamente no interior de cada árvore, estas  com o nome variado , pode ser: Gabriel, Daniel, Ezequiel e tantos outros. A nomeação da árvore lhe dá poder, lhe dá individualidade, lhe dá razão de ser o que é.
    Ao fim, fiquei pensando: o cotidiano envolve mesmo racionalizado, mas a onda o leva, e mesmo desse jeito, o fruto do pensamento sai da flor que compõe a árvore escrita dentro de cada um de nós.

Camila Rodrigues
Você Também pode participar enviando o seu texto para :
cienciassociaisfeuc@gmail.com

sexta-feira, maio 13, 2011

13 de Maio

Depois de muitos anos de assinatura da Lei Áurea temos que refletir seriamente os efeitos dessa “libertação” para os escravos e, conseqüentemente, para seus descendentes. Apesar da abolição da escravatura, os negros ainda sofrem certo preconceito. Hoje temos um ministro; vários negros venceram na vida após muitas dificuldades, mas ainda é muito pouco dentro do ideário de liberdade de 120 anos atrás.A situação da maioria da população afrodescendente continua permeada pelas dificuldades de acesso à educação, moradia, emprego e saúde.
Ingrid Bernardo

A Abolição aboliu?sim ou não?

“... como foram as políticas estatais que, após a abolição, inviabilizaram toda forma de reparação oficial pelos quase 400 anos de escravidão, jogando milhões de pessoas das senzalas para as ruas, da escravidão para o desemprego ou para as garras de patrões que nunca deixaram de tratá-las como seus "negrinhos" e suas "negrinhas".’’
Por Wilson da Silva    Coordenador executivo do Núcleo de Consciência Negra na USP

“Os negros libertos - quase 800 mil-- foram jogados na mais temível miséria. O Brasil imperial -- e, logo a seguir, o jovem Brasil republicano - negou-lhes a posse de qualquer pedaço de terra para viver ou cultivar, de escolas, de assistência social, de hospitais. Deu-lhes, só e sobejamente, discriminação e repressão. Grande parte dos libertos, ergueram os chamados bairros africanos, origem das favelas modernas. Apesar da impossibilidade de plantar, acharam ali um meio social menos hostil, mesmo que ainda miserável.” 
História do Brasil - Luiz Koshiba - Editora Atual

''A assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888 foi um ato que aboliu formalmente a escravidão no Brasil, mas que não apresentou nenhum projeto nacional de inserção de negro na sociedade. O negro continuou na periferia, na franja, nas encostas. Em uma situação ainda de muita subalternidade. Não é a toa que a escravidão existe até hoje''
Olívia Santana, Vereadora de Salvador (PCdoB)

O Brasil é um país Racista?

“O que existe por aqui é muito racismo camuflado e que todo mundo faz questão de não enxergar. Os alvos, mesmo que inconscientemente sempre são os mesmos.”
Ilídio Teixeira

“ Pois é! Eu confirmo pra você ter certeza do que eu disse: não existe preconceito racial. O que existe, na verdade, é preconceito social. “
  Mateus Berteges 

''Eu respondo sim, somos um país racista, se por racismo entendermos a disseminação no nosso cotidiano de práticas de discriminação e de atitudes preconceituosas que atingem prioritariamente os pardos, os mestiços e os pretos. Práticas que diminuem as oportunidades dos negros de competir em condições de igualdade com pessoas mais claras em quase todos os âmbitos da vida social que resultam em poder ou riqueza.
Do mesmo modo, até recentemente era difícil achar uma face negra na TV brasileira, em comerciais ou em programas de entretenimento ou informação. Casos de violência policial contra negros eram comuns, como o era a detenção de negros por suspeição ou a proibição de usarem o elevador social em edifícios residenciais.
A presença de negros nas universidades, como professores ou alunos, continua muito abaixo da proporção de negros em nossa população.''
ANTONIO SÉRGIO ALFREDO GUIMARÃES, 57, Ph.D em sociologia pela Universidade de Wisconsin-Madison, é professor titular do Departamento de Sociologia da USP

  E VOCÊ?
VOCÊ  ACREDITA REALMENTE QUE A ABOLIÇÃO ABOLIU O PRECONCEITO?


quarta-feira, maio 04, 2011

Ciencias Sociais também tem sua vez!

       Olá turmas de Ciências Sociais, esse é o nosso espaço de diálogo, debate e informação.
      Convidamos para participar diretamente do Blog , enviando seus textos, idéias e críticas sobre qualquer assunto. E não esqueça de comentar e divulgar, para que possamos criar debates e aumentar nossos contatos.
      Sua participação é fundamental, este blog é seu!

Mande seus textos ou dúvidas para o e-mail:

segunda-feira, maio 02, 2011

BÊNÇÃOS DO TRABALHO

O texto a seguir, retrata a realidade do trabalhador do sec XVIII, e  como o trabalho passou a ser  visto, como forma de progresso social e econômico.OTexto foi retirado do livro ''O Direito à Preguica'' de Paul Lafargue,  genro de Karl Marx.



BÊNÇÃOS DO TRABALHO


Em 1770 apareceu em Londres um escrito anônimo intitulado: Essay on Trade and Commerce . Fez na época um certo barulho. O seu autor, grande filantropo, indignava-se pelo fato de a plebe manufatureira da Inglaterra ter metido na cabeça a idéia fixa de que na qualidade de Ingleses todos os indivíduos que a compunham terem, por direito de nascimento, o privilégio de serem mais livres e mais independentes do que os operários de qualquer outro país da Europa. Esta idéia pode ter a sua utilidade para os soldados cuja bravura estimula, mas quanto menos os operários das manufaturas dela estiverem imbuídos, tanto melhor para eles próprios e para o Estado. Os operários nunca deveriam considerar-se independentes dos seus superiores. É extremamente perigoso encorajar semelhantes manias num Estado comercial como o nosso, onde talvez sete oitavos da população tenham pouca ou nenhuma propriedade. “A cura não será completa enquanto os nossos pobres da indústria não se resignarem a trabalhar seis dias pela mesma soma que eles ganham agora em quatro”.
Assim, cerca de um século antes de Guizot, pregava-se abertamente em Londres o trabalho como um travão às nobres paixões do homem.
“Quanto mais os meus povos trabalharem, menos vícios existirão, escrevia Napoleão de Osterode no dia 5 de Maio de 1807. Eu sou a autoridade [...] e estaria disposto a ordenar que ao domingo, passada a hora dos ofícios divinos, as lojas estivessem abertas e os operários fossem para o seu trabalho.”
Para extirpar a preguiça e curvar os sentimentos de orgulho e de independência que esta gera, o autor de Essay on Trade propunha encarcerar os pobres nas casas ideais do trabalho (ideal workhouses) que se tornariam “casas de terror onde se fariam trabalhar 14 horas por dia, de tal maneira que, subtraído o tempo das refeições, ficariam 12 horas de trabalho completas”.
Doze horas de trabalho por dia, eis o ideal dos filantropos e moralistas do século XVIII. [...]
E dizer que os filhos dos heróis do Terror se deixaram degradar pela religião do trabalho ao ponto de aceitarem depois de 1848, como uma conquista revolucionária, a lei que limitava o trabalho nas fábricas a doze horas; proclamavam, como um princípio revolucionário, o direito ao trabalho. Que vergonha para o proletariado francês! Só escravos teriam sido capazes de uma tal baixeza. Seriam necessários vinte anos de civilização capitalista a um grego dos tempos heróicos para conceber um tal aviltamento.
E se as dores do trabalho forçado, se as torturas da fome se abateram sobre o proletariado, mais numerosas do que os gafanhotos da Bíblia, foi ele que as chamou.
Este trabalho, que em Junho de 1848 os operários reclamavam de armas na mão, impuseram-no eles às suas famílias; entregaram, aos barões da indústria, as suas mulheres e os seus filhos. Com as suas próprias mãos, demoliram o lar, com as suas próprias mãos, secaram o leite das suas mulheres; as infelizes, grávidas e amamentando os seus bebês, tiveram de ir para as minas e para as manufaturas esticar a espinha e esgotar os nervos; com as suas próprias mãos, quebraram a vida e vigor dos seus filhos. – Que vergonha para os proletários! Onde é que estão essas bisbilhoteiras de que falam as nossas trovas e contos antigos, ousadas nas afirmações, francas de boca, amantes da divina garrafa? Onde estão essas mulheres prazenteiras, sempre apressadas, sempre a cozinhar, sempre a cantar, sempre a semear a vida gerando a alegria, dando à luz sem dores filhos sãos e vigorosos?... Temos hoje as raparigas e as mulheres da fábrica, insignificantes flores de pálidas cores, com um sangue sem rutilância, com o estômago deteriorado, com os membros sem energia!... Nunca conheceram o prazer robusto e não seriam capazes de contar atrevidamente como quebraram a sua concha! E as crianças? Doze horas de trabalho para as crianças.
A nossa época é, dizem, o século do trabalho; de fato, é o século da dor, da miséria e da corrupção.[...]
Em Mulhouse, em Dornach, o trabalho começava às cinco horas da manhã e acabava às cinco horas da tarde tanto no Verão como no Inverno [...].Há entre eles uma multidão de mulheres pálidas, magras, caminhando de pés descalços por cima da lama e que, à falta de guarda-chuva, trazem, atirados sobre a cabeça, quando chove ou neva, os aventais e as saias de cima para protegerem o rosto e o pescoço, e um número mais considerável de crianças pequenas não menos sujas, não menos pálidas e macilentas, cobertas de farrapos, todas engorduradas do óleo dos teares que lhes cai em cima enquanto trabalham. Estas últimas, melhor preservadas da chuva pela impermeabilidade das suas roupas, nem sequer têm no braço, como as mulheres de que acabamos de falar, um cesto onde estão as provisões do dia; mas trazem na mão, ou escondem debaixo do seu casaco ou como podem, o bocado de pão que os deve alimentar até à hora do seu regresso a casa.
Assim, à fadiga de um dia de trabalho excessivamente longo, visto que tem pelo menos quinze horas, vem juntar-se para estes desgraçados a das idas e vindas tão freqüentes, tão penosas. Daqui resulta que à noite chegam a suas casas oprimidos pela necessidade de dormir e que no dia seguinte saem antes de terem repousado completamente para se encontrarem na oficina à hora da abertura.”
[...]

E os economistas continuam a repetir aos operários: Trabalhem para aumentar a fortuna social! E, no entanto, um economista, Destutt de Tracy, responde-lhes: nas nações pobres que o povo está à sua vontade; é nas nações ricas que de um modo geral ele é pobre.”
E o seu discípulo Cherbuliez continua:
”Os próprios trabalhadores, ao cooperarem na acumulação dos capitais produtivos, contribuem para o acontecimento que, mais tarde ou mais cedo, os deve privar de uma parte do seu salário.”
Mas, ensurdecidos e tornados idiotas pelos seus próprios berros, os economistas continuam a responder: Trabalhem, trabalhem sempre para criarem o vosso bem-estar! E, em nome da bondade cristã, um padre da Igreja Anglicana, o reverendo Townshend, prega: “Trabalhem, trabalhem noite e dia! Ao trabalharem, fazem crescer a vossa miséria e a vossa miséria dispensa-nos de vos impor o trabalho pela força da lei. A imposição legal do trabalho exige demasiado esforço, demasiada violência e faz demasiado estardalhaço; a fome, pelo contrário, não só é uma pressão calma, silenciosa, incessante, como também o móbil mais natural do trabalho e da indústria, ela provoca também os mais poderosos esforços.”
Trabalhem, trabalhem, proletários, para aumentar a fortuna social e as vossas misérias individuais, trabalhem, trabalhem, para que, tornando-vos mais pobres, tenham mais razão para trabalhar e para serem miseráveis. Eis a lei inexorável da produção capitalista.
Porque, ao prestarem atenção às insidiosas palavras dos economistas, os proletários se entregaram de corpo e alma ao vício do trabalho, precipitam toda a sociedade numa destas crises de superprodução que convulsionam o organismo social.[...]

Lafargue, Paul. O direito à preguiça. 2ªed. São Paulo: Hucitec, 2000.

quarta-feira, abril 20, 2011

O curso de Ciências Sociais das Faculdades Integradas Campo-Grandenses



O Curso de Ciências Sociais das Faculdades Integradas Campo-Grandenses (FIC),foi autorizado pelo decreto nº 48994, de 04/10/1960, e posteriormente reconhecido pelo Decreto Federal nº 59848, de 23/12/1966, com publicação no Diário Oficial da União em 23/12/1966. De lá pra cá foram muitas mudanças. Até o ano de 2003 estava organizado em seriado anual com quatro anos de duração. Em 2003 passou a ser organizado por período semestral, num total de seis semestres até julho de 2010, quando então passou a sete semestres, sendo o primeiro dedicado a uma espécie de balizamento. Esta última mudança foi pensada a fim de construir um campo de conhecimentos e habilidades que estimulasse o(a) aluno(a) a dedicar-se a aprender a estudar, a se reconhecer enquanto sujeito de uma determinada sociedade: a sociedade brasileira e, por fim, a iniciar uma reflexão de como, a partir de sua formação, se colocar no mercado de trabalho.


Nesta perspectiva, vimos desenvolvendo um perfil curricular voltado para a investigação e análise da realidade brasileira tendo como meta a formação de um profissional envolvido de forma aberta, crítica e participativa com as transformações no mundo da vida e do trabalho, sobretudo àquelas decorrentes das rápidas transformações científicas e tecnológicas. Trata-se de transformações nos diferentes campos da vida planetária, desencadeando impactos econômicos, ambientais, políticos e sociais cada vez mais graves.


Esse contexto indica uma nova concepção de educação. Uma educação que garanta a construção de uma cidadania consciente e ativa, a partir do oferecimento aos alunos(as) de bases culturais que lhes permitam identificar e posicionar-se face a essas transformações do mundo contemporâneo, bem como incorporar-se ao campo produtivo e sócio-político. Isso traz como conseqüência uma nova concepção de professor(a) como profissional do ensino, cuja tarefa principal será a de pesquisar processos históricos e posicionar-se frente a estes, além de cuidar da aprendizagem dos(as) alunos(as), respeitando as diversidades pessoais, sociais e culturais.


Nessa perspectiva, as Ciências Sociais, hoje, além de estudar a origem e desenvolvimento das relações sociais de diferentes grupos humanos, precisam envolver-se com os mais diferentes sujeitos sociais, buscando alternativas para a construção de uma sociedade justa e solidária, pautada na busca da igualdade e da solidariedade planetária, uma sociedade que pratique a sustentabilidade em todas as suas dimensões. Trata-se de possibilitar o encontro de alternativas políticas, humanas e sociais que venham incluir os mais diversos sujeitos sociais e espaços/vida.